Noções sobre a vinha e o vinho em Portugal
de Ceferino Carrera
Vinhos Regionais - Vinho Regional Alentejano
Pequenos retalhos históricos desta Região
Com um passado histórico digno de respeito e um presente que faz antever um futuro risonho, a Península de Setúbal é cada ano que passa mais procurada pela qualidade e preços dos seus vinhos. Região com grande potencial e onde o estado de coisas se tem mantido de certo modo estacionário desde há muitos anos, aqui pode ocorrer a maior revolução vinícola das próximas décadas.
Azeitão, Palmela e Setúbal constituem os centros da acção vitivinícola da região. Ora juntos ora separados em "termos" ou "concelhias" ao longo dos séculos, é por aqui que se escreve a história do vinho que nasce entre as fozes dos rios Tejo e Sado.
Ela remonta à era pré-cristã, ou não fora o porto de mar e o clima muito favorável, factores suficientes para o surgimento e expansão desta indústria.
As vinhas encontram-se instaladas em solos muito diversificados, que vão desde os solos calcários aos mediterrânicos derivados de arenitos, argilas, argilitos e xistos, a solos litólicos não húmicos, a solos podzolizados, ou, ainda, a regossolos psamíticos. O clima é misto, subtropical e mediterrânico, com fracas amplitudes térmicas e um índice pluviométrico que se situa entre os 500-700 mm, características que lhe são conferidas pela proximidade do mar, pela bacia hidrográfica do Sado, e pela orografia da região.
As condições edafo-climáticas da região e a tipicidade das castas utilizadas influenciam de forma fundamental os atributos de qualidade deste vinho regional.
Portaria n.º 400/92, de 13 de Maio, Portaria n.º 196/94, de 5 de Abril, e Portaria n.º 394/2001, de 16 de Abril.
Área Geográfica
Abrange todo o distrito de Setúbal.
Tipos de vinho |
Título Alcoométrico Volúmico Mínimo (%Vol.) |
Branco |
10 Adquiridos |
Tinto |
10 Adquiridos |
Rosado |
10 Adquiridos |
CASTAS RECOMENDADAS
Castas Brancas: Alvarinho, Antão Vaz, Arinto (Pedernã), Bical, Boal Branco, Chardonnay, Diagalves, Donzelinho Branco, Encruzado, Fernão Pires (Maria Gomes), Galego Dourado, Gewürztraminer, Gouveio, Jacquere, Loureiro, Malvasia Fina, Malvasia Rei, Manteúdo, Moscatel Galego Branco, Moscatel Galego Roxo, (Moscatel Roxo), Moscatel Graúdo, Pinot Blanc, Rabigato, Rabo de Ovelha, Ratinho, Riesling, Sauvignon, Semillon, Sercial (Esgana Cão), Síria (Roupeiro), Tália, Trincadeira das Pratas, Viognier, Viosinho e Vital.
Castas Tintas: Alfrocheiro, Alicante Bouschet, Aragonêz (Tinta Roriz), Bastardo, Bonvedro, Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Carignan, Castelão (Periquita), Cinsaut, Grand Noir, Grenache, Jaen, Merlot, Moreto, Pinot Noir, Rufete, Syrah, Tannat, Teinturier, Tinta Barroca, Tinta Francisca, Tinta Miúda, Tinto Cão, Tinto Pegões, Touriga Franca, Touriga Nacional, Trincadeira (Tinta Amarela) e Zinfandel.
Características Organolépticas
A Cor
Em termos gerais, podemos definir a cor dos vinhos tintos da Península de Setúbal como um vermelho vivo ou granada que evolui para os rubis claros ao fim de alguns anos. No entanto, podemos encontrar na região desde o clarete mais aberto até ao mais carregado e retinto dos tintos.
Os vinhos brancos privilegiam os citrinos com tons amarelos claros que facilmente evoluem para os dourados.
O Aroma
A casta Castelão "Periquita", que é a mais representativa da região, que confere usualmente aromas de ameixas e amoras silvestres envolvidas de especiarias onde abunda a pimenta; por vezes aparecem o chocolate e as compotas, outras vezes os aromas de caça e couro são os privilegiados.
Os vinhos brancos com muito Moscatel são terpénicos e complexos no aroma, frutos tropicais, limão, flores brancas e amarelas.
O Sabor
Os vinhos tintos, regra geral, são gulosos, encorpados, com acidez equilibrada e taninos não muito agressivos que se aveludam ao fim de um par de anos.
Os vinhos brancos são macios e ricos na boca. Sem serem fortes na acidez, são no entanto suficientemente frescos para serem harmoniosos.