Noções sobre a vinha e o vinho em Portugal

de Ceferino Carrera


A videira


A videira pertence à família das Vitáceas, que compreende um milhar de espécies.

A vinha cultivada na Europa e outros continentes produtores de vinho de alta qualidade é a espécie vitis-vinifera enxertada em cavalos "troncos" americanos.

Casta é uma variedade de videira.

Os principais órgãos que constituem a videira são:

  • - Raiz
  • - Tronco ou cepa
  • - Varas
  • - Folhas
  • - Flores
  • - Frutos

Raiz é a parte subterrânea da videira.

As raízes não são todas iguais, havendo, no conjunto, umas grossas e lenhosas mais profundas, que têm a função de segurar a videira à terra, e outras mais finas e tenras, que vivem mais à superfície, com a função de tirar do terreno os alimentos, e transportá-los até ao tronco ou cepa.

Cepa ou tronco é a parte que vai desde a raiz até às primeiras ramificações, os braços. É dos braços que saem as varas.

O tronco da videira é pouco robusto porque esta é uma trepadeira, que para se manter deve ser suportado por tutores vivos ou mortos.

Dos braços saem as varas que darão o fruto.

Constituição interna do tronco:

- Medula, parte mole que ocupa o centro destes órgãos.

- Cerne é a parte mais escura que se segue à medula. Só se encontra nas cepas e nos braços mais grossos. É constituído por tecidos já mortos, tendo por função suportar o peso dos órgãos que estão por cima.

- Borne é constituído por canais lenhosos por onde sobe a seiva bruta.

- Câmbio ou entrecasco, camada delgada que produz para dentro as camadas de borne referidas e para fora novas camadas do tecido, a seguir considerado o líber. É esta a camada que se deve pôr em contacto nas enxertias, devendo ligar-se a do garfo com a do cavalo (porta-enxerto).

- Líber, composto por vasos liberinos, sendo por estes vasos que desce a seiva elaborada.

- Casca, última parte, servindo para proteger o conjunto descrito.

- Sarmentos ou varas, nascem de gomos existentes em órgãos idênticos que ficam do ano anterior. Há varas que nascem de gomos normais e outras nascem dos chamados gomos ladrões, só nos interessam os primeiros, por serem os que frutificam normalmente.

- As folhas: as folhas da videira são constituídas por duas partes: pecíolo, a parte mais delgada e o limbo, aparte mais larga e verde. A folha é atravessada por nervuras por onde se faz a circulação da seiva neste órgão.

- As gavinhas: são filamentos espiralados, simples ou ramificados, que servem para a videira, trepadeira como é, agarrar aos seus tutores

- Flores e frutos: as flores da videira são pequenas, tendo dois invólucros protectores: o cálice (androceu) e a corola (gineceu), dentro dos quais estão os órgãos reprodutores, os estames que produzem o pólen, e o pistilo que, depois de fecundado dá o bago e as grainhas.

Como vive a videira: as videiras são seres vivos que, para viverem, necessitam de se alimentar. Os alimentos entram para a videira dissolvida em água por uns órgãos chamados pêlos radiculares. Uma vez esses alimentos dentro da raiz, constituem o que se denomina seiva bruta. Esta seiva bruta sobe pelos vasos lenhosos e vai até às folhas. Esses vasos são para a videira o que as veias são nós. Uma vez chegada à folha, a seiva bruta é transformada em seiva elaborada.

A diferença entre a seiva bruta e a seiva elaborada é que aquela não pode ser aproveitada pelos órgãos da videira sem sofrer transformações que a tornem aproveitável. Depois destas transformações que a tornam assimilável, origina-se a seiva elaborada. As transformações da seiva bruta em seiva elaborada são devidas a algumas actividades da folha.

Assim em primeiro lugar, a seiva quando chega à folha vem com muita água, sendo necessário apurá-la, concentrá-la, fazendo evaporar o excesso de água. A água que vem a mais é deitada para fora por uns orifícios existentes, chamados estomas. A essa função da folha chama-se transpiração. A folha tem uma substância verde denominada clorofila com o poder de absorver do ar o anidrido carbónico aí existente que, pela acção da luz, forma substâncias parecidas com o açúcar.

A clorofila só se forma quando a videira ou qualquer outra planta recebe luz. A sua quantidade é, dentro de certos limites, tanto maior quanto maior for a iluminação da folha. Daqui se deduz a importância da exposição a dar à videira de forma a que esta receba o máximo de luz.

Além das funções já consideradas, a folha tem ainda outra, a respiração. Nesta função absorve oxigénio do ar e deita fora anidrido carbónico. É, de certo modo, uma função inversa da assimilação do carbono.

A respiração dá-se sempre, enquanto que a assimilação do carbono só se dá de dia, pois é necessária a presença de luz solar. Daqui se deduz a grande importância que as folhas têm para a videira, servindo tanto as raízes para a alimentação, pois se as segundas absorvem alimentos as primeiras põem-nos aptos a serem aproveitados.

Vinho Varietal ou de lotação:

Um vinho pode ser proveniente de uma só variedade de videira ou de uma combinação. No primeiro caso obteremos um vinho chamado varietal, como se produz em certas regiões, principalmente a partir de variedades muito apreciadas e consideradas nobres, como a Touriga Nacional, Touriga Franca, Alvarelhão, Amaral, Borraçal, Vinhão, Aragonêz (Tinta Roriz), Bastardo, Castelão (Periquita), Cornifesto, Donzelinho Tinto, Malvasia Preta, Marufo, Rufete, Tinta Barroca, Tinta Francisca, Tinto Cão, Trincadeira (Tinta Amarela), Ramisco, Alvarinho, Arinto, Antão Vaz, Arinto (Pedernã), Perrum, Rabo de Ovelha, Síria (Roupeiro) e Trincadeira das Pratas, Cabernet Sauvignon, Pinot Noir, Tempranillo, Riesling, Chardonnay Sauvignon Branco, Merlot, entre outras.

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