Noções sobre a vinha e o vinho em Portugal
de Ceferino Carrera
DOC Alenquer, Arruda e Torres Vedras
Legislação Base
Revoga o Decreto-Lei n.º 331/89, de 27 de Setembro. - Modificado pelo D.L. 116/99 - Alterado pelo Decreto-Lei nº. 219/2002 de 22 de Outubro 375/93- Revogado pelo Decreto-Lei nº. 212/2004, de 23 de Agosto
São reconhecidas como denominação de origem controlada DOC para a produção de vinhos a integrar na categoria dos vinhos de qualidade produzidos em regiões determinadas VQPRD as denominações Alenquer, Arruda e Torres Vedras, de que poderão usufruir os vinhos tintos e brancos produzidos nas respectivas regiões vitivinícolas.
Correspondendo às expectativas dos vitivinicultores destas regiões, acolhendo a realidade do mercado e as propostas das Comissões Vitivinícolas Regionais de Óbidos, de Alenquer, Arruda e Torres Vedras e da península de Setúbal, importa reconhecer estas regiões como DOC (Decreto-Lei Nº116/99, de 14 de Abril). «Alenquer», «Arruda» e «Torres Vedras», usufruem da DOC, os vinhos tintos e brancos produzidos nas respectivas regiões Vitivinícolas:
DOC Alenquer
Vinhos tintos e brancos:
Para vinhos tintos e brancos - concelho de Alenquer (freguesias de Aldeia Gavinha, Abrigada, Meca, Ota, Olhalvo, Pereiro de Palhacana, Ribafria e Ventosa e parte das freguesias de Aldeia Galega, Cabanas de Torres, Cadafais, Santo Estêvão, Santana da Carnota e Triana).
Exclusivamente para vinhos brancos - concelho de Alenquer (parte das freguesias de Aldeia Galega, Cabanas de Torres e Vila Verde dos Francos). Do município de Alenquer, a freguesia de Vila Verde dos Francos e parte da freguesia de Aldeia Galega e Cabanas de Torres.
Arruda
ALENQUER
Vila que consta de três núcleos populacionais: a vila situada numa encosta de um monte verdejante, a vila baixa que assenta num sopé da colina e o Bairro da Triana. Com uma história mais antiga que a própria nacionalidade, supõe-se que o topónimo seja de origem árabe. Conquistada aos mouros em 1148, foi doada por D. Sancho I a suas filhas D. Branca, D. Mafalda, D. Sancha e D. Teresa. O primeiro convento franciscano existente em Portugal, o Convento de São Francisco, foi construído num palácio fundado pelo monarca em 1222.
No centro da vila encontra-se a Igreja de São Pedro e uma capela anexa onde está o túmulo do sábio Damião de Goês. Trata-se de uma laje sepulcral rectangular, de linhas sóbrias, com moldura que enquadra uma descrição em latim. É rematada por um medalhão com uma cabeça esculpida e a cruz da Ordem de Cristo. Do castelo do século XIV restam alguns panos da muralha.
A Igreja da Misericórdia, do século XIV, é de linhas simples, planta longitudinal, nave única com Coro-alto, entrada principal pela fachada lateral e torre sineira recuada. De destacar o Museu Hipólito Cabaço, com um espólio de 15 mil objectos arqueológicos, desde o paleolítico ao medieval, e as casas produtoras de Vinhos de Alenquer.
CASTAS RECOMENDADAS
Tintas: Aragonês (Tinta Roriz), Castelão (Periquita), Tinta Miúda, Touriga Nacional e Trincadeira (Tinta Amarela), no conjunto ou separadamente com um mínimo de 65 %, do encepamento, Alicante Bouschet, Amostrinha, Baga, Cabernet Sauvignon, Caladoc, podendo esta estar representada com um máximo de 15% do encepamento, Camarate, Jaen, Preto Martinho, Syrah, Tinta Barroca, e Touriga Franca.
Brancas: Arinto (Pedernã), Fernão Pires (Maria Gomes), Rabo de Ovelha, Seara Nova, e Vital, no conjunto ou separadamente com um mínimo de 65 % do encepamento, Alicante Branco, Alvarinho, Chardonnay, Jampal, Malvasia Rei, Ratinho, Sauvignon e Viosinho.
Tipos de vinho |
Rendimento Máximo hl/há |
Título Alcoométrico Volúmico Mínimo (%Vol.) |
Estágio Mínimo volúmico mínimo(meses) |
VQPRD |
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Tinto |
80 |
11,5 |
8 |
Branco |
90 |
11 |
- |
Os vinhos brancos são de aspecto límpido, cor palha brilhante, muito aromáticos, cheios e de longo sabor aveludado, especialmente os provenientes da meia-encosta com exposição a sudoeste.
uanto aos tintos, são de aspecto límpido, cor rubi profundo, de aroma a rosa silvestre, vinosos de sabor enquanto jovens, redondos e muito bem equilibrados e bouquet remarcável quando estagiados adequadamente.
DOC ARRUDA
LEGISLAÇÃO BASE
Decreto-Lei N.º 375/93, de 5 de Novembro, Decreto-Lei N.º 116/99, de 14 de Abril e Decreto-Lei nº 219/2002, de 22 de Outubro.
ÁREA GEOGRÁFICA
A área geográfica correspondente à Denominação de Origem Controlada "Arruda" abrange os concelhos de Arruda dos Vinhos, Sobral de Monte Agraço (parte da freguesia de Santo Quintino) e Vila Franca de Xira (parte das freguesias de Cachoeiras, Calhandriz e São João dos Montes).
ARRUDA DOS VINHOS
Vila situada no fundo dum viçoso vale coberto de vinhedos, fechada por todos os lados por uma alta corda de montes e colinas. Recebeu foral de D. Afonso Henriques em 1160, tendo o senhorio da vila e do castelo pertencido à Ordem de Sant’Iago. Digna de visitar é a Igreja Matriz, reedificada no século XVI, e do mesmo século a Igreja da Misericórdia. Destaque ainda para o Chafariz de três bicas, do século XVIII, os antigos Paços do Concelho e a Ermida da Senhora do Monte, com excelente vistas sobre os arredores. A vila conserva ainda as ruínas das fortificações das Linhas de Torres. A 323 metros de altitude está o Monte do Moinho do Céu que constitui o melhor miradouro sobre Arruda dos Vinhos. Dada a produção local de vinho, existe uma Adega Cooperativa.
CASTAS RECOMENDADAS
Tintas: Aragonêz (Tinta Roriz), Castelão (Periquita), Tinta Miúda, Touriga Nacional e Trincadeira (Tinta Amarela), no conjunto ou separadamente, com um mínimo de 70% do encepamento, Caladoc, podendo esta estar representada com um máximo de 15% do encepamento, Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon, Camarate, Jaen, Syrah, Tinta Barroca e Touriga Franca.
Brancas: Arinto (Pedernã), Fernão Pires (Maria Gomes), Rabo de Ovelha, Seara Nova e Vital, no conjunto ou separadamente, com um mínimo de 70% do encepamento, Alicante Branco, Chardonnay, Jampal, Malvasia Rei, Sauvignon e Viosinho.
Tipos de vinho |
Rendimento Máximo hl/há |
Título Alcoométrico Volúmico Mínimo (%Vol.) |
Estágio Mínimo volúmico mínimo(meses) |
VQPRD |
|
|
|
Tinto |
80 |
11,5 |
14 |
Branco |
90 |
11 |
3 |
Os vinhos brancos têm cor de palha acentuado, de aroma a feno e, na boca, de corpo acentuado e quente.
Quanto aos tintos, são abertos de cor, aroma acentuado a vegetação rasteira, de um aveludado e uma macieza de destacar.
DOC TORRES VEDRAS
"Torres Vedras foi vila importante, e por várias vezes ali tiveram a corte os reis de Portugal"
Raul Proença
Torres Vedras, cuja sede concelhia fica a cerca de 50 km da capital de distrito, faz fronteira com os municípios da Lourinhã, Alenquer, Sobral de Monte Agraço e Mafra. A oeste, tem o oceano Atlântico. Os principais recursos hidrográficos são os rios Sizandro e Alcabrichel. A cultura da vinha é uma das mais importantes actividades económicas locais.
O povoamento do território do município remonta à pré-história.
LEGISLAÇÃO BASE
Decreto-lei Nº 375/93, de 5 de Novembro, Decreto-lei Nº 116/99 de 14 de Abril, e Decreto-Lei Nº 219/2002, de 22 de Outubro.
ÁREA GEOGRÁFICA
A área geográfica correspondente à Denominação de Origem Controlada "Torres Vedras" compreende:
Para vinhos tintos e brancos - o concelho de Torres Vedras (freguesias de Dois Portos, Runa e São Domingos de Carmões e parte das freguesias de Carvoeira, Freiria, Matacães, São Mamede da Ventosa, São Pedro e Santiago, Santa Maria do Castelo e Turcifal).
Exclusivamente para vinhos brancos - os concelhos de Mafra (freguesia de Azueira e parte das freguesias de Encarnação, Enxara do Bispo, Gradil, Santo Izidoro, Sobral da Abelheira e Vila Franca do Rosário), Sobral de Monte Agraço (parte das freguesias de Sapataria, São Salvador e Santo Quintino) e Torres Vedras (parte das freguesias de A-dos-Cunhados, Campelos, Freiria, Maxial, Monte Redondo, Ponte do Rol, Ramalhal, São Mamede, São Miguel, São Pedro da Cadeira, São Pedro e Santiago, Santa Maria do Castelo, Silveira e Turcifal).
Castas Recomendadas
Tintas: Aragonêz (Tinta Roriz), Castelão (Periquita), Tinta Miúda, e Touriga Nacional, no conjunto ou separadamente, com um mínimo de 70% do encepamento, Caladoc, podendo esta estar representada com um máximo de 15% do encepamento, e Trincadeira (Tinta Amarela), podendo esta estar representada com um máximo de 30% do encepamento, Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon, Camarate, Jaen, Syrah, Tinta Barroca e Touriga Franca.
Brancas: Arinto (Pedernã), Fernão Pires (Maria Gomes), Rabo de Ovelha, Seara Nova, e Vital, no conjunto ou separadamente com um mínimo de 70% do encepamento, Alicante Branco, Alvarinho, Antão Vaz, Chardonnay, Malvasia Rei, Sauvignon e Viosinho.
Tipos de vinho |
Rendimento Máximo hl/há |
Título Alcoométrico Volúmico Mínimo (%Vol.) |
Estágio Mínimo volúmico mínimo(meses) |
VQPRD |
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Tinto |
80 |
11,5 |
8 |
Branco |
90 |
11 |
3 |
Os vinhos brancos são de aspecto límpido, cor palha brilhante, muito aromáticos, cheios e de longo sabor aveludado, especialmente os provenientes da meia-encosta com exposição a sudoeste.
Quanto aos tintos, são de aspecto límpido, cor rubi profundo, de aroma a rosa silvestre, vinosos de sabor enquanto jovens, redondos e muito bem equilibrados e bouquet remarcável quando estagiados adequadamente.