Há muitos desempregados à procura de trabalho nas vindimas do Douro. Alguns nunca trabalharam no campo, mas dão tudo para ganhar dinheiro. Consequência: há menos imigrantes contratados.
José Carlos Fernandes, da Casa de Mateus, em Vila Real, não conseguiu dar resposta à "imensa quantidade de pessoas que foram à portaria pedir trabalho". Em 12 anos de casa, não se lembra de ter tanta procura e recorda que "o normal era andar à procura de mão de obra e não conseguir arranjá-la". "O que não falta este ano é pessoal", diz Zito Santos, da Sociedade Vinho do Tua, que tem vindima para um mês. É corroborado por Pedro Guerreiro, da Sociedade dos Vinhos Borges, que já constatou a "menor dificuldade em arranjar trabalhadores comparativamente com outros anos". Álvaro Martinho, da Quinta das Carvalhas, lembra-se de "querer pessoal e não o haver e de hoje ser abundante". "Já nem é preciso recorrer a imigrantes", torna Zito Santos, enquanto José Carlos Fernandes, que costumava ter búlgaros e romenos nas vindimas, não tem, este ano, nenhum.
Eduardo Pinto, in JN Online
2012.09.24
JN - Jornal de Notícias