1804 - 1884
José Maria da Fonseca nasce na região do Dão, em Nelas, a 31 de Maio de 1804. Depois de se formar bacharel em matemática na Universidade de Coimbra, estabelece-se em Vila Nogueira de Azeitão onde funda a empresa com o seu nome em 1834.
Este é o período que vai desde a fundação da empresa até à morte de José Maria da Fonseca em 1884.
Foi um período fortemente marcado pelo carácter de José Maria da Fonseca, cuja formação intelectual e espírito inovador permitiram que introduzisse na indústria do vinho aspectos tão essenciais como a introdução do arado ou a comercialização do vinho em garrafas.
Outro aspecto pioneiro foi a criação de marcas: Moscatel de Setúbal (1849), Periquita (1850) e Palmela Superior (1866).
Os resultados não se fizeram esperar e, para além do aumento das vendas e expansão das exportações, o reconhecimento da modernidade, asseio e eficiência "das instalações vinárias do senhor Fonseca" foram largamente comentados e elogiados, de tal modo que em 1857 o rei D. Pedro V lhe conferiu a Ordem da Torre e Espada de Valor, Lealdade e Mérito.
Período marcado pela expansão das vendas para o mercado brasileiro, que se tornou o principal destino dos vinhos da José Maria da Fonseca, tendo chegado mesmo a ter uma delegação no Rio de Janeiro.
Este aumento da procura levou à necessidade de compra de vinhas, não só na região de Azeitão (Quinta de Camarate), como noutras regiões (Vinhas Viúva Gomes em Colares).
No final dos anos 20, a recessão económica mundial e o período de instabilidade vivido no Brasil revelaram-se desastrosos para a José Maria da Fonseca, dada a forte dependência que existia relativamente a este mercado.
Para resolver a complicada situação económica, a empresa teve mesmo que vender algum do seu património (como foi o caso das Vinhas Viúva Gomes, na região de Colares).
Ciclo marcado pelo génio de um grande enólogo – António Porto Soares Franco – diplomado em Montpellier e criador dos roses Faísca (1937) e Lancers (1944).
Este ciclo foi marcado pela recuperação económica e comercial da empresa. O Faísca era um sucesso no mercado interno e as vendas de Lancers nos EUA não paravam de crescer.
O Lancers foi resultado da visita de um americano - Henry Behar - a Azeitão ainda antes do final da guerra. Ele procurava um vinho rosé que fosse fácil de beber, que cativasse o consumidor americano, ainda desconhecedor de vinho, e cuja embalagem fosse facilmente identificável.
Os resultados foram tais que no final dos anos 60, vendiam-se nos EUA um milhão de caixas de Lancers. A estratégia comercial nesta fase foi assim construída e consolidada à volta de um produto líder - Lancers - e de um mercado - EUA - que não só salvou a empresa da delicada situação financeira herdada do período anterior, mas também serviu de suporte financeiro para a criação de novos vinhos e marcas.
A introdução do primeiro vinho branco de grande sucesso no mercado nacional surge em 1945 com o Branco Seco Especial (BSE) e, uma década mais tarde, em 1959, é lançada a marca Terras Altas com vinhos do Dão.
Os vinhos Pasmados, inicialmente conhecidos como Branco Velho e Tinto Velho, adquirem a sua identidade própria em 1959.
Neste período é criada uma empresa de distribuição de vinhos - a Sileno - e é feita uma joint-venture com a americana Heublein para a produção do Lancers - sendo criada a J. M. da Fonseca Internacional Vinhos. No início dos anos 70 a José Maria da Fonseca vendia para mais de oitenta países.
Este período começa no início dos anos 80, com a venda à Heublein da sua parte na J. M. da Fonseca Internacional Vinhos.
Os resultados da venda foram aplicados na aquisição de vinha e modernização de todo o processo de vinificação, estágio e envelhecimento dos vinhos.
Prova disso foram as compras da Casa Agrícola José de Sousa Rosado Fernandes (em Reguengos) e da Vinha Grande de Algeruz (em Setúbal).
É também neste período que a sexta geração da família assume o comando da empresa. Esta geração é representada por António Soares Franco, presidente da companhia, e o seu irmão Domingos Soares Franco, vice-presidente e responsável pela enologia. Já em 1996, a José Maria da Fonseca volta a adquirir à IDV (antes Heublein) a marca Lancers.
Outro grande investimento foi a construção de um dos mais modernos centros de vinificação da Europa que, com uma capacidade para vinificar 6,5 milhões de litros de vinho, permite dar uma melhor resposta às crescentes exigências de um mercado cada vez mais competitivo.
Paralelamente a tudo isto, a José Maria da Fonseca foi a primeira empresa de vinhos de mesa portuguesa a obter a exigente Certificação da Qualidade ISO 9002.